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A biologia da cavala

 

A cavala (Scomber colias) é um peixe pelágico da família dos atuns (Scombridae), que pode atingir os 56 cm, e os 13 anos de idade. O seu corpo é alongado e arredondado, com uma parte dorsal azulada e/ou esverdeada com uma série linhas escuras em zigue-zague de forma irregular. 

 

Habitat: Forma grandes cardumes em águas abertas da plataforma continental, até  aos  250-300m,  podendo ser encontrada, normalmente mais perto da costa. Realiza migrações em profundidade e em latitude relacionadas sobretudo com a alimentação e a desova.

 

Alimentação: pequenos peixes (e.g. sardinha, biqueirão) e crustáceos  pelágicos  (e.g.  anfípodes, misidáceos)  e plâncton (e.g. copépodes). 

A pesca da cavala

 

A cavala é pescada sobretudo pela arte do cerco sendo uma das espécies mais capturadas na costa continental portuguesa. Historicamente, a cavala ocupou sempre segunda posição no ranking das espécies mais desembarcadas, tendo de 2012 a 2015 conquistado o primeiro lugar, mercê não só de um acréscimo nos seus desembarques (cerca de 35000-40000 ton/ano), mas sobretudo de um decréscimo acentuado nos desembarques de sardinha (sardinia pilchardus).A  cavala é pescada durante todo o ano, mas com maior intensidade nos meses de verão-outono. O comprimento mínimo de desembarque é de 20 cm.


A nível nacional os portos com maiores desembarques de cavala são Sesimbra, Olhão, Sines, Matosinhos e Figueira da Foz. No Algarve pesca-se quase um terço dos desembarques nacionais de cavalas e em águas algarvias, a cavala representa quase metade do total de pescado desembarcado, sendo os principais portos de desembarque: Olhão, Portimão e Quarteira. 

Figura - Evolução dos desembarques de cavala (Scomber colias) e sardinha (Sardina pilchardus) em Portugal Continental, de 1950 a 2013. Fonte: FAO

Perfil nutricional da cavala

Quando comparada com outras espécies de pescado e outros animais a cavala é das mais ricas em ácidos gordos essenciais, nomeadamente ÓMEGA 3, a par da sardinha e salmão, com uma relação entre ÓMEGA 3/ÓMEGA 6 equilibrada e com a vantagem de ter baixos teores em colesterol e equilibrado em termos de vitaminas e sais minerais.

Reprodução: a desova ocorre em temperaturas de 15º a 20ºC, de dezembro a junho, com máxima intensidade em fevereiro e março. O  comprimento  de  primeira  maturação  estimado  no Atlântico Nordeste varia de 18 a 27 cm, sendo 19 cm no Algarve. O número total de ovos por fêmea é variável, podendo atingir os 100.000 a 400.000. 

 

Distribuição geográfica: Mediterrâneo e Oceano Atlântico

 

Nomes comuns: Atlantic Chub mackerel (Inglês), Blasenmakrele/ Mittelmeermakrele (Alemão); Estornino/Caballa (Espanhol); Maquereau espagnol/blanc (Francês), Spaanse makreel (Holandês), Vostochanaya skumbriya (Russo).

A cavala é capturada principalmente pela arte de cerco que se dedica à sardinha, existindoigualmente desembarques provenientes das redes de emalhar/ tresmalho e arrasto. Se os desembarques de cavala no Algarve têm vindo a aumentar (cerca de 7000 ton/ano em média nos últimos 10 anos), já o preço da primeira venda se tem mantido relativamente constante à volta dos 25 cêntimos/kg.

 

A cavala é muitas vezes rejeitada ao mar, sendo que parte dos  exemplares  de  maior  tamanho  é aproveitada  para consumo humano, sobretudo em fresco e em conservas, podendo também ser utilizada como isco (covos e anzol) e para alimentação de atuns em armações.

 

É de prever que exista num futuro próximo uma valorização da cavala para consumo humano, quer no que se refere a novas técnicas de conservas e patés, e de ultracongelação, e também enquanto produto alimentar fresco de elevada qualidade nutricional e sensorial.

Figura - Evolução dos desembarques (ton) e preço médio de primeira venda em lota (€) de cavala (Scomber colias) no Algarve de 1997 a 2013. Fonte: DGRM

Figura - Evolução dos teores em gorduras totais (valor médio ± desvio padrão) para a cavala (Scomber colias) no Algarve em 2014/2015.

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